HRC: A humanização é um elemento fundamental na reabilitação dos pacientes
Segundo o ditado "sorrir é sempre o melhor remédio". E foi munida de uma dose generoso desse medicamento natural, que a paciente Maria Arileide Alves da Costa, 20 anos, vem encarando os novos desafios impostos por uma adversidade. Em setembro de 2016, a jovem estudante do curso de fisioterapia foi vítima de uma bala perdida.
O caso aconteceu na cidade de Brejo Santo, a cerca de 73km de Juazeiro do Norte. A bala atingiu a cervical deixando a paciente tetraplegia. O diagnóstico, nada animador, não comprometeu, no entanto, a vontade de viver da jovem que com seu carisma conquistou toda a equipe da UTI do Hospital Regional do Cariri, onde ficou internada por quase 10 dias.
"Essa paciente chegou a nossa UTI dependendo do ventilador com fraqueza dos músculos ventilatórios por conta da patolgia de base que foi a tetraplegia que ela ficou, mas a sua força de ir adiante superando as dificuldades nos chamou a atenção. O sorriso dela é diferenciado e nos faz ver a vida de uma outra forma", afirma o médico intensivista, Enrique Lopez Guimará.
O Hospital Regional do Cariri, foi o primeiro hospital terciário inaugurado no interior pelo Governo do Estado. Em sua missão está a humanização, ou seja, o cuidar vai além da assistência.
Desde a fatalidade, já se somam mais de 8 meses de internação. Ver o sol, virou um sonho de consumo da jovem. Sensibilizados com o desejo tão "simples e sincero", a equipe da UIT III do HRC realizou uma verdadeira força tarefa para levar Maria Arileide para tomar banho de sol.
"Ela só queria ver o sol, que não via há oito meses. O mesmo sol que vemos todos os dias...
Que pedido genuíno! E nós fizemos todo o possível. Ela se emocionou tanto e nós nos sentimos tão pequenos diante da grandeza da sua gratidão. O que ela não sabia é que a sua alegria nos fez também querer ver o sol, esse mesmo que não vemos da mesma forma que ela. E assim nós contemplamos juntos um céu mais gostoso de se ver, como também refletimos a vida que por vezes esquecemos de agradecer", destacou a enfermeira Dulce Camila Gonçalo.
O sol realmente fez muito bem a paciente que deixou a UTI e agora encontra-se na Unidade de Cuidados Especiais (UCE), onde continua recebendo doses generosas de carinho de toda a equipe.
"Nunca imaginei que um fato como esse pudesse acontecer com alguém da minha família, principalmente com Arilene que sempre foi tão alegre. O cuidado que toda a equipe tem tido com a minha filha faz inclusive com que nossa dor seja amenizada",disse a mãe, Maria das Graças.
Devido a traqueostomia e a ventilação mecânica, Arilene ainda não consegue falar, mas nem por isso deixa de dar o seu recado.
"Minha mãe me ensinou que todos nós colhemos o que platamos, o amor que estou recebendo aqui é surpreendente e me faz ter a certeza de que irei me recuperar e ser ainda mais feliz"